Em que cada verso é uma gaveta
Onde engavetamos nossos sentimentos do mundo
Materializados em palavras sólidas
Portanto, como qualquer outro tipo de guardado
Ficam sujeitos à depreciação do tempo
Reler nossos próprios poemas antigos
É como remexer nas gavetas do porão
Com traças, mofos e vãs naftalinas
Pois, no máximo, ficam fora de moda, fora de época
Mas sempre desvelam peças esquecidas
Que confinam vivos os nossos fantasmas inconscientes.
O poeta fica engavetado em seus poemas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário