IMPOSTO DE RENDIÇÃO
Quem pode pagar
E devia ter que pagar
Simplesmente não paga impostos
Seu contador não conta os seus ganhos
Sonegando seus lucros de empresário
Quem não pode pagar
E não devia ter que pagar
Paga compulsoriamente feito otário
Com até três meses de trabalho por ano
Descontando na fonte do seu salário
Ão!, ão!, ão!...
Imposto de renda é o leão a saquear o povão
Pra banquetear a corrupção política em ação
Na farra sem licitação das obras públicas da nação
É o imposto de rendição do cidadão à Federação!
E devia ter que pagar
Simplesmente não paga impostos
Seu contador não conta os seus ganhos
Sonegando seus lucros de empresário
Quem não pode pagar
E não devia ter que pagar
Paga compulsoriamente feito otário
Com até três meses de trabalho por ano
Descontando na fonte do seu salário
Ão!, ão!, ão!...
Imposto de renda é o leão a saquear o povão
Pra banquetear a corrupção política em ação
Na farra sem licitação das obras públicas da nação
É o imposto de rendição do cidadão à Federação!
NÃO DESISTA
Nem antes, nem depois
Nem durante, nem agora
Mas também não é nem nunca
Tampouco é nem vem pra sempre
É nem vem, mas nem tanto!...
USO POLÍTICO DA PALAVRA
Fazer o uso da palavra
Em microfones de eventos públicos
É usar a palavra como faca
Para cortar a garganta dos adversários
Dos maldosos oponentes partidários
É usar a palavra como balas perdidas
Com destino vago pra quem ouve
E com certeiro alvo pra quem fala
Mas também podem ser balas doces
As palavras de goma da demagogia
Jogadas como chuvas entre as salivas
Para adoçar o bico da platéia que aplaude
Gente que ouve só pra aplaudir as palavras usadas
Sejam quaisquer, desde que com empolgante entonação.
Princípio do sonho
Paracetamol paralisa a dor
Mas Sonhare só faz dormir
A cápsula não faz sonhar
Tem nome fantasia de sonho
Mas não é o seu princípio ativo
Sonhar é o nome das fantasias
Que ativamos com nossos desejos
Que não podem ser comprimidos
Até por que nossos sonhados ideais
Nem são tão ideais assim, são só sonhos
Não têm a concretude do princípio ativo.
Mas Sonhare só faz dormir
A cápsula não faz sonhar
Tem nome fantasia de sonho
Mas não é o seu princípio ativo
Sonhar é o nome das fantasias
Que ativamos com nossos desejos
Que não podem ser comprimidos
Até por que nossos sonhados ideais
Nem são tão ideais assim, são só sonhos
Não têm a concretude do princípio ativo.
A GENTE SOMOS UNS CORRUPTOS
Todo mundo sabe exatamente
O que é que tem que ser feito
Mas ninguém exatamente faz
Não faltam leis nem mandamentos
Sobram filosofias e religiões
Abundam partidos e associações
E ONGs, e tribos organizadas
Não falta boa intenção nem ação
Sobram voluntários de mãos dadas
Abundam planos de ações aceleradas
E obras, e desperdícios & corrupções!
Falso Brilhante
Vai aproveitando o sol
Que a sombra vem no teu encalço
Vem te pescando como um anzol
Com iscas de escuro com brilho falso.
Outra Vez...Bienal
Um fog vulcânico encobre a cidade
Com andinas cinzas chilenas, virou normal?...
Ou será uma obra de arte conceitual
Dialogando com as territorialidades épicas
Do Mercosul, além das fronteiras geopoéticas?...
MANDALA DOS APEGOS
Cada um faz o que pensa certo
Sem pensar certo o que faz
Pior, ninguém refaz o que pensa
E tampouco repensa o que faz
Tem gente que faz palavras cruzadas
Outros montam quebra-cabeças gigantescos
Há os que criam mandalas de grãos coloridos
E lidam bem com a impermanência da vida
Eu, se fizesse um bom castelo de areia na praia
Iria eternizá-lo com fotografias em vários ângulos
E até mesmo um poeminha chim-frim como este
Vou digitar e carregá-lo pelo resto da minha vida!
Flores sobre pedras
Nosso amor e romance
Não tinha a menor chanceDe ser este sonho que é
(Que nos casais dá olé!)
Até fazeres brotar flores
Nas frestas das pedras do chão
Germinando com afeto
A aridez do meu coração.
A PROVA
Aposentadoria integral e com paridade
É a vida que um ateu pede a Deus
Para que prove a sua existência e idade
Mas crente que provará a razão dos ateus.
Barragens Vazias
Tem que chover em Bagé
Que o gado tá morrendo em pé
O mar não virou sertão, é certo
Mas o pampa tá virando deserto
Racionando água aos seus viventes
Tem que chover em Bagé urgentemente!
O QUÊ FAZER?
O quê fazer, minha querida
Para reparar os danos?
Lamber as feridas
E refazer os planos?
Seguir pelo prazer de ir?...
Ou ilhado se encaramujar
Na solidão esotérica
De mantras entoar?
O quê fazer no resto da vida:
Ficar pelo prazer de estar
Sem potência e à deriva?
Ou nova vela implantar
Pra de vento em popa velejar?...
Cartão ponto de aposentado
Se aposentar sozinho
Antes da companheira Tem um peculiar bater ponto
De sutil presença sem alarde
Feita de beijos nos tímpanos
Pelo telefone, de manhã e à tarde.
MOTOSSERRAS BIOLÓGICAS
Cientistas alertam:
Os cipós estão asfixiando as florestas tropicais
formando clareiras nas matas!
Com seus abraços fatais
nos troncos das árvores
reduzem a absorção de CO2
matando-as antes de as derrubarem.
E o cipó assassino da árvore caída
ressuscita rebrotando em outra vítima
num ciclo sem fim e natural
de um silencioso desmatamento brutal.
As notícias comprovam:
Os desequilíbrios ambientais geram monstros!
MELHORIDADE?
Qual é a melhor idade?
Quando se quer muito fazer e não se pode
Ou quando se poderia fazer mas não se pode mais querer?
No Vácuo do Sonho Real
Sonhei que estava vivendo
O sonho que havia sonhado ontemDeste sonho do sonho sonhado antes
Acordei convencido que os sonhos têm memória
E que são uma vida paralela noutra dimensão
Sonho ou realidade: onde a salvação?
A vacuidade é que desvenda o enigma desta estória?
Ó-linda Ilha Desvirginada
Na pressa de chegar no melhor lugar
(antes que eu morra ou ele acabe)Sigo como no vácuo de uma ambulância
Que vai abrindo o caminho da emergência
No trânsito congestionado de ganâncias
Na via beira-mar do calçadão da inconsciência
Mas sigo percebendo a beleza contida na paisagem
Do oceano com seus arrecifes na Boa Viagem
Que faço para conhecer o paraíso de Fernando de Noronha
Que é um reduto da natureza brasileira ilhada
De cuja exploração a indústria do turismo sexual sonha
Ver sua orla por espigões arquitetônicos ser estuprada.
NO SINAL AMARELO
Ultrapassou o sinal, peça desculpas
Não hesites em se humilharE se ela negar e quiser revide
Roube o perdão dela rápido
Enquanto dói e estiveres arrasado
Vá se esgueirando feito motoboy
Entre os espelhos retrovisores
Dos veículos no sinal fechado
Para ser o primeiro a lhe sorrir
quando ela abrir o verde do seu olhar
Para não deixar o coração dela pestanejar
E te mostrar seus olhos vermelhos de chorar
Por que, senão, a fila andou e você apagou
E terá a licença cassada por excessos acumulados
(Talvez sem direito a curso de reciclagem!)
ECOS DO CAUÊ
Fiquei pastando versos
Por um bom tempo a ruminar
O BOITEMPO que o Drummond
Levou vinte anos pra semear.
O VOO DA LAGOA
Como a pata do pato
Que é boa pra caminhar(Com grande base pra ficar em pé)
E excelente para nadar
O nosso amor é um fato
(Com maioridade pra se botar fé)
Que é ótimo de se vivenciar
E maravilhoso de se projetar voar
Como dois patinhos na lagoa...
Da vida.
EFEITOS DO VULCÃO CHILENO
Aeroportos fechados, sem teto
Nuvens carregadas de pó brutoCinzas espalhadas pelo chão
De várias nações vizinhas
Expelidas no fogaréu do charuto
Fumado pela natureza feita um dragão
Enquanto derramava em lavas vermelhas
O vinho do Castillero del Diablo do vulcão:
Neruda, qué borrachera en Puyehue!
O OBSERVADOR DA MENTE
(Avidya)
Como uma criança hiperativa
A mente é altista e tímidaE paralisa as suas travessuras
Quando se sente observada
Na insônia intensa
Quando a mente dispara
A pensar disparates
Quem a manda contar carneirinhos?
Quem nunca observou
Seus próprios pensamentos
(Especialmente os indesejáveis)
E os espantou de vez
Fazendo a mente se aquietar?
Como isso é meditar:
Quem nunca meditou?
Saiba que o observador inercial
Que está sempre por trás da mente
É a nossa natureza primordial
Que sobrevive soterrada
Pela avalanche de pensamentos
Que a mente produz de forma deliberada
Para cegar o seu observador
E fazê-lo cair na ignorância
De se confundir com o torpor
Esquecendo que há a mente observada
E esquecendo que é o observador
Até ficar como uma alma penada
Pelo jogo da mente aprisionado.
Cena de Rua
Como é lindo
Uma criança dormindo
No ombro do pai ou da mãe
Nos faz seguir sorrindo
Pois vistos de trás:
É o símbolo da paz!
ANJO CAÍDO (Spasha)
Como um gordo anjo caído
Pelos prazeres dos sentidos
Entro e saio dos vícios adquiridos
Pelo corpo que cria dependências com facilidade
Sigo cambaleando entre o mal e a bondade
Saboreando o doce e o amargo em exercícios:
Da língua, da guela e do estômago pelas mesas
Da boca, mãos e pênis pelas camas
Da pele ao sol, no vento e na chuva pelas ruas
Dos pulmões e narinas pelas fumaças tragadas
E da mente entorpecida no álcool das cevas e vinhos.
MANCHETES MISTURADAS
O resgate feito agora da caixa preta
Do avião que sumiu no AtlânticoCom 228 pessoas a bordo
No voo Rio-Paris em 2009
Foi uma grande decepção
Primeiro que a caixa não é caixa
É na verdade um cilindro
Tampouco é preta, é laranja
Conforme o mundo todo viu na TV
Que decepção!...
Segundo que coincidiu o resgate
Com o dia que jogaram no mar o corpo
Do inimigo número 1 do ocidente
O terrorista islâmico Osama Bin Laden
Obama matou Osama que “feriu” o Busch que matou o Sadam...
São as notícias na televisão de um dia dito “histórico”
Justo quando ia completar 10 anos da queda das Torres Gêmeas
Onde morreram cerca de três mil pessoas espetacularmente
O mártir morto, pra não ter túmulo de herói islâmico com romarias
Foi desovado para sumir em lugar incerto, foi misturado
Aos corpos do Voo AF447 não resgatados do fundo mar...
AVISO AOS NAVEGANTES
Boto a cara no mundo
Pra apanhar ou ser beijadaMostro as rugas deixadas
Como marcas dos tempos idos
De carências e desafios vencidos.
Boto a cara e não fico mudo
Abro a boca no trombone do poema
Ao internauta que no meu blog rema
Com clics compulsivos no seu mouse
Feito um náufrago que à deriva passa
Levado pelas correntezas de links sem rumo
Deixando o seu rastro no contador de acessos:
Quem avisa amigo é
Nas águas traiçoeiras
Do cyberespaço não dá pé!
STREET ARTs
Arte urbana colorindo tudoCom o grafitismo nos muros
Nas calçadas e fachadas, em grandes murais
Com anônima autoria ilegível
Feito arte efêmera por perecível
Que no dia seguinte pode não existir mais...
O arco-íris feito só da solar luz pura
É street art colorindo o céu chuvoso
Encantando a todos pelo improvável
Pelo malabarismo do artista anônimo da pintura
Pela magia das cores pinceladas em listas no aquoso
É efêmera arte pública suspensa no dia instável.
PONTO DE MUTAÇÃO
Quando o PT
Deixou de ser petistaE eu continuei, por fé
Fiquei pentelho
Ferido, tiro no pé
do próprio partido!
Foi quando, vã
A fome de poder
Mordeu a maçã
E desfez o paraíso
Do ser por ser
Pelo ser por ter
Poder.
O FINADO SONHO DE VERDADE
Na panela de pressão
De pensamentos efervescentesQue é a cabeça da gente
Vamos cozinhando em nossas vidas
Um sopão de idéias adquiridas
Para servir como um caldo de verdades
Sob às velas da nossa última idade.
Fogueira dos Pensamentos
Passar a vida inteira
Ocupado com as labaredasInfindáveis dos pensamentos
Sem nunca se ocupar da mente?
Viver ardendo em suas alamedas
Devaneando nos labirintos do pensar
E andando em círculos, sem ir em frente
Sem nunca na fonte do fogo chegar?
Seguir acreditando que o cérebro é a mente
Sem nunca a consciência de si nele localizar?
Isso, ou crer que há algo em nós imortal e permanente?
Isso, ou pelo menos se ocupar em observar a mente a pensar?
Isso, ou ficar sem nunca entender que fenômeno é a gente?...
POESIA PROSAICA
Cantor, alcoólatra e compositor
Do amor eterno que dura pouco:
Os prosaicos que me perdoem
Mas a poesia é essencial!
Nem só a tão vivida de Vinicius e seus amores
Nem só a tão contida de Drummond, feita de ferro
Mas também a minha prosaica poesia do erro
Que é tanto vivida quanto contida quanto vital
Apenas que na várzea dos poetas amadores
E na clandestinidade dos solitários proseadores.
HUMILDES NO PODER
É preciso ter grandeza
Para ser humilde por opção Sem o ser por humilhação
Como é preciso falta de grandeza
Para ser prepotente por avareza
E ser “humilha-dor” dos humildes
Dos humildes deverá ser o reino da Terra
Antes que os prepotentes causem a sua destruição.
ACIDENTE DE PERCURSO
ANTES, ela temia o fim do amor
Por vir a não corresponder no sexoA tudo ao que ele poderia almejar
DEPOIS, ele temia o fim do amor
Por vir a não corresponder no sexo
Ao mínimo que ela pudesse desejar
QUITES, foram felizes para sempre!
QUANTO TEMPO VIVEMOS?
Quantos anos vivem os animais?
Os cachorros? De 12 a 16 anos
Os gatos de casa alcançam de 12 a 18 anos de idade
e os de rua vivem, em média, de 6 a 8 anos
E nós que brigamos como cães e gatos?
Quanto anos vivem os animais?...
As Araras 60 anos, o Avestruz 50 anos
Canários cerca de 12 anos
Cavalos 30 anos, Chimpanzé 20 anos
E nós, os descendentes dos macacos?
Quantos anos vivem os animais?...
Os coelhos 10 anos, Corujas de 20 a 25 anos
Galinhas vivem 7 anos, Girafa 10 anos
Esquilo 10 anos, Elefante Africano 60 anos
E nós que nunca esquecemos as mágoas?
Quantos anos vivem os animais?...
Os Golfinhos vivem de 60 a 70 anos
Hamsters 3 anos, Hipopótamos 40 anos
Porcos 10 anos, Leão 25 anos
E nós que somos os reis da destruição da selva?
Quantos anos vivem os animais?...
Os Rinocerontes 70 anos, Zebras 15 anos
Tigre 25 anos, Touro 15 anos
Ursos de 20 a 30 anos, Tartaruga 110 anos
E nós os animais mais lentos do planeta?
Quantos anos realmente vivemos desta vida?
Os outros animais vivem todos os anos plenamente
E nós quanto tempo perdemos de viver intensamente?
Quanto tempo vivemos?
Os cachorros? De 12 a 16 anos
Os gatos de casa alcançam de 12 a 18 anos de idade
e os de rua vivem, em média, de 6 a 8 anos
E nós que brigamos como cães e gatos?
Quanto anos vivem os animais?...
As Araras 60 anos, o Avestruz 50 anos
Canários cerca de 12 anos
Cavalos 30 anos, Chimpanzé 20 anos
E nós, os descendentes dos macacos?
Quantos anos vivem os animais?...
Os coelhos 10 anos, Corujas de 20 a 25 anos
Galinhas vivem 7 anos, Girafa 10 anos
Esquilo 10 anos, Elefante Africano 60 anos
E nós que nunca esquecemos as mágoas?
Quantos anos vivem os animais?...
Os Golfinhos vivem de 60 a 70 anos
Hamsters 3 anos, Hipopótamos 40 anos
Porcos 10 anos, Leão 25 anos
E nós que somos os reis da destruição da selva?
Quantos anos vivem os animais?...
Os Rinocerontes 70 anos, Zebras 15 anos
Tigre 25 anos, Touro 15 anos
Ursos de 20 a 30 anos, Tartaruga 110 anos
E nós os animais mais lentos do planeta?
Quantos anos realmente vivemos desta vida?
Os outros animais vivem todos os anos plenamente
E nós quanto tempo perdemos de viver intensamente?
Quanto tempo vivemos?
ÓCIO LITERÁRIO
Meu ócio desde sempre foi forjar o meu escrever
Mas feito o sujeito que tivesse inventado a roda
E que nunca teve o insight de criar o eixo
Por mais sucesso que o adorno fizesse na moda
Faltava algo na roda pra de todos fazer cair o queixo
Assim, por mais escritos que eu faça acontecer
Sempre faltará o eixo do talento raro no meu escrever.
MEDO DO NOVO
No aconchego do útero materno
Nasce em nós o medo do novo
Ao migrarmos do mundo aquático
Para o terráqueo, fora da casca do ovo
Depois tudo é novidade
E o medo se reproduz e faz ninho
Como um novo medo em cada idade:
Medo...
de respirar
da amamentação, do mastigar sozinho
do falar
da escola, do mudar de escola
de pensar
do emprego, do novo emprego
do desempregar
do casamento, do vazio do fim do amor
de encalhar
da aposentadoria, do tempo todo vago
de caducar,
do alzheimer, de esquecer quem somos
de entrevar
da morte, da dúvida de ser ou não o fim de tudo
de penar.
Nasce em nós o medo do novo
Ao migrarmos do mundo aquático
Para o terráqueo, fora da casca do ovo
Depois tudo é novidade
E o medo se reproduz e faz ninho
Como um novo medo em cada idade:
Medo...
de respirar
da amamentação, do mastigar sozinho
do falar
da escola, do mudar de escola
de pensar
do emprego, do novo emprego
do desempregar
do casamento, do vazio do fim do amor
de encalhar
da aposentadoria, do tempo todo vago
de caducar,
do alzheimer, de esquecer quem somos
de entrevar
da morte, da dúvida de ser ou não o fim de tudo
de penar.
DESÍGNIOS
É madrugada
A lua está minguando
Refletida nas poças de lágrimas
Represadas nos olhos da amada
Que nem sabe que está chorando
Pela impotência da luz solar
De penetrar na noite enluarada...
TRANSE DA INSPIRAÇÃO
Às vezes
os meus pensamentos obscurecem
sob o efeito das sombras
de asas diabólicas
que sobrevoam o meu cérebro
Mas outras vezes
meu cérebro se ilumina
por luzes de supernovas idéias
que fazem o pensamento vibrar
Assim, do nada, se agita o sangue
o coração dispara a acelerar
e se realiza o transe
Então, passo a agir hipnotizado
fico possuído pela inspiração
autômato, da realidade perco a noção
até, como agora, nascer este poeminha
que, por mínimo que seja, faz tamanha confusão.
O VELHO CHICO
O rio São Francisco visto da beira
Das dunas de areia do deserto de sua foz
Parece ser um rio comum na cheia
Pois nem se ouve na pororoca a sua voz
O Velho Chico visto de dentro de suas águas
Impõe respeito por se revelar profundo
E por separar Estados como mundos
Em suas margens de nordestinas praias
Mas o Grande São Francisco visto do alto
Sob nuvens pela pequena escotilha do avião
É que se expõe em sua imensa real dimensão
E nos emociona por nos surpreender de assalto
Das dunas de areia do deserto de sua foz
Parece ser um rio comum na cheia
Pois nem se ouve na pororoca a sua voz
O Velho Chico visto de dentro de suas águas
Impõe respeito por se revelar profundo
E por separar Estados como mundos
Em suas margens de nordestinas praias
Mas o Grande São Francisco visto do alto
Sob nuvens pela pequena escotilha do avião
É que se expõe em sua imensa real dimensão
E nos emociona por nos surpreender de assalto
Serpenteando em meandros do limite do olhar
Por toda terra até a outra linha do horizonte no mar
Como um espelho d’água atravessando o planeta
Feito uma vertente que escoa como um rastro de cometa
E que tem por nascente pontual o céu de cima, no oeste
Até ser represado no Atlântico mar de baixo, ao leste
De quem volta do nordeste para o extremo-sul, a voar.
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